Xiruzinho Xiruzinho - Para Atahualpa Yupanqui

Sabe o cacique pampeano
Ruflo de pátria e bandeira
Que nasceu de alma altaneira
Numa dobra de altiplano
Misto de terra e minuano
Que sabe tropear sozinho
Dono de um próprio caminho
Costa abaixo, ou repechando
E assim, seguia cantando,
Como quem reza baixinho

E o destino pealador
Num tirão seco e bem fundo
Empobreceu mais o mundo
Pealando a este cantador
Um mestre caminhador
Que andou na pampa antevendo
Pra sempre ficará sendo
No renascer outra vez
Pois igual um sangue inglês
Morreu na reta correndo

[Mas ficará a luz estranha
Contraponteando a paisagem
Da sua mágica mensagem
Que tempo adentro se entranha
Por isso que na campanha
Eu sou um potro no palanque
Pois não nasceu quem arranque
Da alma deste planeta
"Los Ejes De Mi Carreta"
De Atahualpa Yupanqui]

Erguem-se as vozes paisanas
Com verso, guitarra e gaita
Pra entronizar este taita
Das salamancas pampeanas
Pois as ânsias haraganas
Que também soube cantar
Continuam a pulsar
Pra matar as nossas sedes
Do Oiapoque a Mercedes
E de Paris ao velho Alvear

Adiós, adeus, pajé dos vaqueanos
Que ao tranco se foi embora
E que levou mundo afora
Os ideais americanos
Tenía tantos hermanos
Nos galpões da humanidade
E com tanta propriedade
Dizia a cada manhã
Que também tinha uma irmã
Chamada de Liberdade